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Aqui serão postadas apenas mensagens mediúnicas que digam respeito à arte ou proponham reflexões a partir dela.

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Queridos irmãos, paz!

O irmão nos questiona sobre a luminosidade do ambiente em um trabalho psicopictorigráfico. Pensemos então sobre isso e talvez nossa reflexão possa conduzir a algumas possíveis respostas, ou ao menos um encaminhamento mais apropriado.

Luz e Sombras. Claro e Escuro. Contrapontos de um prisma cósmico, infinito e eterno que existe aquém e além de nós. Pontos de referência, localizações, formalizações.

Seria  desnecessário  afirmar  que  Luz  e  Sombras  são faces de um mesmo todo. O verso e seu reverso. Mas podemos adicionar, como explicação, que não se trata apenas de opostos, ou inversos, ou complementares.

No prisma onisciente do criador, a criação é sempre  UMA.  O  espectro  de cores que transita   nessa unicidade não caminha do verso ao reverso. Dizendo assim: não obtemos os matizes coloridos partindo/chegando do preto/escuro em direção partindo/chegando do(ao) branco/claro. Os matizes não se constroem nesse percurso; eles constituem o próprio percurso. Não se deslocam entre posições, mas se assentam sobre o elemento que agrega essa aparente dicotomia.

Dito  isto,  como  base  ao  questionamento  que  nos  foi  formulado,  podemos dar sequência e encaixe prático à essa explicação.
       
Foquemos  então  a  questão  mediúnica  em  toda  a  grandeza e explendor que ela propaga em múltiplos e incontáveis planos de existência. Pois bem, duas colocações podem ser pontuadas. Primeiro em relação ao desenvolvimento mediúnico; segundo sobre o médium diante desse trabalho.
        
Vamos por partes.

Em relação ao desenvolvimento, o ambiente deve ser o mais confortável e harmônico possível. A escassez de luminosidade pode auxiliar ou atrapalhar esse projeto. Isso nos remete à segunda questão; visto que mediunidade não se faz sem médium (mesmo as de fenômenos puramente físicos), o bem estar desse médium é o determinante do processo.

Pouca luz pode ser positivo em estágios iniciais do percurso mediúnico, apenas na razão direta de propiciar ao médium uma maior segurança e um certo afastamento da realidade que a luz revela. Também há que se considerar que a mediunidade possa, em seu produto final, receber uma menor dose de influência, possibilitando de certa forma uma maior expressão, mais livre, do espírito que se manifesta. Em estágios mais elaborados de desenvolvimento, onde o comunicante e seu mediador já conhecem os limites da dupla interferência de cada um, a presença de maior ou menor luminosidade já não se mostra de qualquer forma relevante. A questão permanece no nível de bem estar do médium, dos potenciais de sua mediunidade, da segurança que ele adquiriu. Não se trata mais de uma “comprovação” do fenômeno. Sua autenticidade é colocada frontalmente ao objeto produzido.

Obviamente,  os  quadros,  telas  e  obras que perpassam as realidades e se concretizam, não carregam as exatas intenções e técnicas de seus artistas. Estes também evoluíram, ascenderam a planos de compreensão da arte infinitamente maiores do que percebiam quando ainda encarnados. Mas o estilo deles marcou a civilização e, mesmo hoje, é-lhes penoso, de certa forma, voltar a executar algo que já transcenderam. O fazem, pois a finalidade agora é terapêutica e milhares de irmãos se beneficiam com cada traço, cada gota de tinta, cada mesclagem – verdadeiras explosões de energia pura. Considerem também a inviabilidade de materiais para a produção das obras mediúnicas e tenham em mesma proporção os liames do tempo.

Quando encarnados, utilizavam técnicas e materiais estudados e experimentados incontáveis    anos e vezes. Muitos deles levavam meses/anos para concluir uma única obra.

A mediunidade psicopictoriográfica, por seu efeito motor, acelera esse tempo e o ritmo dos movimentos. Mas não é uma regra. Quando manifestada em grande escala em anos passados/próximos, tinham, à época, além de sua finalidade de cura, uma missão de despertar para a realidade do mundo maior. Foi isso, foi o momento. Mas o momento não se torna regra.

Acreditar ou não na realidade espiritual não fará com que ela mude ou se transforme em outra coisa definida pelas filosofias e religiões. Hoje temos mais urgência ainda em socorrer aos que sofrem do que nos ocuparmos de um fator de “convencimento” de multidões. Os que sofrem precisam do remédio agora. Os que crêem ou não crêem terão tempo de confirmar suas crenças no além-da-vida/após-a-morte.

Retomando a questão: é indiferente a composição do ambiente quanto à luminosidade, mas é inteiramente dependente da harmonia e do desejo sicero de servir ao próximo através desse canal mediúnico em/e tão particular. Façam sempre da forma como se sentirem melhor, não é preciso atestar (a nós) a originalidade do fenômeno, nem tampouco aos que crêem/não crêem, pois os verdadeiros beneficiados por esse trabalho são aqueles que precisam e que não tem tempo nem podem dar-se ao luxo de crer ou não crer. Eles apenas precisam. E o remédio está sendo proporcionado pela cooperação de vocês e pela boa vontade com que realizam esse trabalho.

Fui dicotômico? Foi intencional. Como, de que forma outra, eu poderia dizer que tudo se assenta em uma coisa só? Que é o coração do médium (e não sua habilidade na luz ou na sombra) que tem o seu peso maior? Que tudo é questão de lado, de ângulo, de onde se está quando se vê?

Apenas trabalhem. E o façam com todo amor que puderem, pois no fim das contas a mediunidade não produz telas, obras e quadros.

Ela produz, simplesmente, amor.

Recebam meu abraço fraterno, embalado pelo amor divino que nesta hora e desde sempre nos abarca.


                                                                       Rembrandt

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Um jogo de luz e sombras – é disso que se trata o caminhar, o existir. Como em uma obra de arte, como em um dia de primavera, onde tons e cores se combinam, se contrastam, se aglutinam, se dispersam para formar uma paisagem, uma imagem que nos toca. A luz, imaginem eternidade. A sombra, a existência. Entre as duas está o espírito, que se lança de braços abertos para a única certeza que tem: é eterno, com os pés, durante o existir, no chão fincados para produzir a sombra. A sombra, a vida humana, o caminhar; etérea , momentânea, ora de tonalidade profunda, ora pálida, ora em sua forma reproduzida, ora em completa distorção.

A vida, a sombra, o instante cedido pela eternidade para que o espírito experimente – e se enriqueça – com a finitude, o transitório, a noção de, sendo infinito, provar a passagem das coisas, construir castelos que se despedaçam ao sabor dos ventos. Perder, ganhar. Vivenciar idas e vindas, movimentos, possibilidades, algo que lhe seja novo e surpreendente, que se viva em suspiros; pois, em essência, o espírito é imutável, não se transforma em algo maior do que é, visto que este lugar único é trono do Senhor de tudo; apenas experimenta, saboreia as delícias do jardim multicósmico que o criador fez surgir para o deleite de suas criaturas, seus filhos, suas emanações.

A sombra, a vida... por vezes árdua, torturante, outras tantas oásis, multiplicação, prazer. Sim, passageira a sombra, nem por isso menos importante. Ao contrário: fecunda! Oportunidade de viver sonhos, amar por instantes, perder-se, encontrar-se, gerar vida, semear o mundo com seu exemplo. Sim, passageira, não condutora! Passageira em um transporte divino, orquestrado pelas mais sublimes harpas e trombetas. A sombra é essa caroneira no percurso traçado pelo eterno. Será referência ao espírito que a projeta sobre as condições e direções de seu caminhar. Observem a sombra. Quando o espírito se afasta de seu traçado caminho, ela sofre distorção, gerando uma imagem que não é a real. Quando o espírito sente-se enfraquecido, a sombra também enfraquece, torna-se quase invisível. Quando curva-se ao ódio, ou em seu oposto, quando nutre-se da capacidade de amar, a sombra se aprofunda, se incorpora de tonalidades marcantes.

É bela a sombra. É o registro de um caminhar. Durará uma vida. Durará um dia da eternidade. Um dia mágico, único e especial. Ao final desse dia, quando o sol não mais lhe projetar referência e a noite abraçar a existência, a sombra lentamente se dissipará, se desvanecerá como se uma névoa a levasse de volta a um universo formado por recordações. O espírito seguirá com o sol, rumo ao eterno e infinito que lhe espera, que lhe constitui.

Quando uma nova manhã surgir, uma nova sombra com ela surgirá, rumando um outro caminho, mantendo o mesmo destino de sempre. E aquela sombra que se desfez na noite anterior, e que agora habita um universo particular..., aquela sombra desfeita, neste novo dia que surge será a mais saudosa lembrança das incontáveis maravilhas que nos são ofertadas pela árvore divina, cujos frutos semearão outros caminhos, outras sombras, outras vidas.


                                                                       Irmão Áureo

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Louvado seja sempre o senhor nosso Deus.

Há tempos queria fazer-lhes uma visita, há tempos queria dizer-lhes o quanto sou e serei eternamente grato por um dia ter sido amparado por este trabalho de amor, caridade e cura. Hoje me foi dada essa oportunidade e não exitei em trazer-lhes o meu abraço fraterno.

Cura. Uma palavra tão curta para um efeito tão grandioso que atravessa os tênues limites entre o corpo e a alma, transpassa dimensões, perfura a própria tessitura do tempo e do espaço, atravessa distâncias cósmicas inimagináveis para chegar a quem dela necessita. O universo, como uma infinita rede interligada carrega as energias benfazejas de equilíbrio, regeneração, reestruturação, força e saúde plena.

Na variedade de corpos espirituais, físicos, hiperfísicos, astrais, o poder de cura se traduz em evolução e sublimação de sofrimentos e de sentimentos. A cura, assim como a amor, é uma manifestação da divindade única, um dos raios que dele se projetam para banhar o universo de esperança e de sua presença.

Tenham portanto em mente que atuar com energias de cura é ter a honra agraciada de manipular componentes presentes no hálito divino. Tenham ainda em mente que esse poder se encaixa e encontra equivalência em todas as formas de vida desse multiverso, e mesmo de forças planetárias tidas como inorgânicas, mas que também estão repletas de centelhas vivas, não-observáveis, mas vivas, perceptíveis e tão fortes e importantes como qualquer outra das criações de nosso Senhor.

O que se produz aqui nesse trabalho auxilia bilhões de vidas em todos os recantos da criação. Vocês fazem parte disso. Juntos ajudamos a escrever e a cumprir a missão celeste que nos foi confiada. E como é maravilhoso poder ter a consciência disso.

Deixo-vos agora para também auxiliar nossos irmãos. Fiquem, estejam e sejam em paz. Abraços saudosos e fraternos.

Cristopher



2 comentários:

  1. Percebe-se a partir das palavras de nosso querido Irmão Áureo a suavidade da poesia inserida na prosa e repleta da Verdade que alimenta minha pobre alma... Saudades...

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  2. Façamos valer esse percurso da sombra, mantendo a claridade luminosa como referência. Ofereçamos a ela, a sombra, um trajeto harmônico, poético, repleto de amor. Saudades também, grande amigo.

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